Magis 5 – Dia 13 de Janeiro de 2018

Hola  a todos, saludos desde República Dominicana.
 
Como sabem, eu (Luiz), Regina, Gladaniel, Celso, Paulinho, Patrícia, Kátia e Rosa (sim, Rosa chegou do Haiti e se juntou a nós) compomos a delegação brasileira que está participando do Magis 5 – curso de formação teológica para a América Latina.
 
O tema deste ano é Espiritualidade Laical.
 
Está sendo muito positiva a experiência de me sentir parte de um corpo apostólico internacional. Conversar com pessoas de diversas CVX, perceber que muitas de suas questões são as minhas (nossas) questões. Além de uma troca grande de experiências, sinto-me rejuvenescido no compromisso de nossa Igreja em sua opção pelos pobres e pela justiça social, conforme expõem unanimemente os documentos da Igreja, em especial os do nosso continente.
 
É muito rico a partilha da amizade, do carinho e da identidade com que todos se reconhecem. CVX é realmente um corpo. Creio que todos precisamos nos convencer mais disso, convencimento que deve vir da experiência.
No ano de 2017, refletimos e rezamos sobre Eclesiologia. Foi muito interessante perceber como para muitos esse tema, que parecia árido e insípido (sobretudo depois de termos saboreado de maneira tão incrível o tema Cristologia), foi aos poucos nos encantando, sobretudo nessa perspectiva de ser Igreja comprometida com o cuidado, a Misericórdia, o serviço e a Justiça. Perceber a riqueza de nossa Igreja com seus inúmeros documentos, muitos dos quais sequer lemos ou sabemos que existe.
 
E hoje fomos presenteados com duas colocações que se completam: a do padre Hermínio, vice-assistente eclesiástico da CVX Mundial, que nos falou a respeito da próxima assembléia, a ocorrer na Argentina. Foi tocante o destaque dado aos três pilares que devem sustentar a CVX: experiência dos Exercícios Espirituais; vida em comunidade; e missão. Pilares que devem ser interpretados numa circularidade retroalimentadora. Cada um deles se nutrindo e dando sentido aos demais. Hermínio ainda pontuou a necessidade da alegria, tema tão caro ao Papa Francisco (como se pode ver em TODOS os seus documentos). Alegria no sentido de Consolação, ação de graças (reconhecimento e restituição) por tanto dom recebido. Apenas assim, por atração a partir de tal alegria, poderemos convencer ou quiçá atrair mais gente para a CVX. Somos realmente alegres? Testemunhamos de fato essa alegria por pertencermos à CVX? Perguntas que me tocaram fundo.
 
Em seguida, Sofie, da CVX do Peru, nos falou sobre a “invisibilidade” da santidade Laical, isto é, no sentido de que tais modelos de santidade tendem a não ser reconhecidos, como os pais que viram noite cuidando de seus filhos enfermos, o desempenho de uma função com honestidade, competência e carinho, e assim por diante. Como não lembrar da Contemplação da Vida oculta de Jesus?
 
Sofie nos brindou com diversos exemplos de Cevequianos que mortificam (melhor seria “ressuscitam”) suas vidas no serviço humilde de seu dia a dia, exemplos de pais e mães de carne e osso que não aparecem nos altares, mas que são verdadeiros fermentos na massa, e que devem incendiar o mundo com o fogo do amor. Como disse Pedro Arrupe, frase lembrada por Sofie, “profissionais competentes, testemunhas convincentes”.
 
Haveria muito mais a partilhar, mas nenhuma palavra faria jus à experiência. Grato a Deus por estar aqui. Oxalá todos que lerem essas palavras possam saborear ao menos um pouco do que estamos vivendo.
 
Terno abraço.
Luiz Beltrão
CVX Santo Alberto Hurtado